quinta-feira, 30 de maio de 2013

o problema da escrita



Desde os primeiros textos do blog, você decidiu que não ia dar a mínima para "regras gramaticais", "norma culta", misturaria no mesmo texto primeira pessoa e terceira pessoa... e detalhes como "maiúscula em inicio de frase" ou concluir um parágrafo com uma ideia e dar continuidade... iam pras cucuias com a sua alma desejosa por um espaço rebelde, bem longe das amarras da ABNT.

Isso criou uma zona de conforto enorme pra você escrever as abobrinhas que quisesse. Você ri na cara do Pasquale Cipro Neto, até Marcos Bagno concordaria com você.

Preconceito Linguístico, a A norma oculta (Marcos Bagno) e o sensacional Pigmaleão de Bernard Shaw, foram divisores de águas na sua vida.



Apresento aquelas novelas mexicanas que contribuíram na formação do seu caráter, "Trilogía de las Marías":

1 Marimar;

2 María Mercedes;
3 María la del Bairro.

"Marimar é simples, analfabeta, trabalha o dia todo com atividades relacionadas a pesca, usa roupas simples e é inocente. Na cidade grande, a jovem começa a trabalhar na casa do rico Gustavo Aldama, para sustentar seu filho, pois tem certeza que será mãe solteira e analfabeta e nem terá condição de dar uma vida boa ao filho ou a filha que virá. Gustavo Aldama tem uma admiração muito forte por Marimar e com isso decide alfabetiza-la, tem aulas de etiqueta, idioma e boas maneiras e se transforma em uma dama da sociedade, muito rica e poderosa, assumindo uma nova identidade, Bella Aldama, seu nome a quem se apresenta socialmente"

"Maria Mercedes é uma pobre menina que é abandonada com seus irmãos por sua mãe. Devido à falta de apoio de seu pai, sempre bêbado, ela e seus irmãos e irmã são forçados a trabalhar nas ruas da cidade vendendo bilhetes de loteria e flores. Santiago del Olmo, rico e primo de Jorge Luís, está muito doente e sabe que ele está morrendo. Uma manhã, quando ele está no jardim, ele vê Maria vendendo bilhetes de loteria na rua. Ele surge com a ideia de se casar com ela só para perturbar Malvina, após a sua morte como uma vingança pessoal. Ele ganha sua confiança e amizade e a propõe casamento. Esta, depois de hesitar, aceita."

"Maria do Bairro é uma jovem humilde, sem instrução e sonhadora que vive com sua madrinha Cacilda no bairro João Diego, na periferia da Cidade do México, e trabalha como catadora de material reciclável em um aterro sanitário. A jovem órfã é acolhida pelo empresário Fernando Dela Vega, patriarca da família Dela Vega, uma das mais abastadas e influentes do país. Ele deseja lapidar a garota e torná-la uma mulher refinada, acolhendo-a como um membro da família. Fernando encontra resistência em sua esposa Vitória Montenegro que, junto da empregada Carlota, despreza Maria desde o primeiro momento."

Nas três histórias imperdíveis, sem sarcasmos você amava essa trilogia, há a fórmula do sucesso de Shaw (1912), que em 1964 foi adaptada para o cinema sob o título de  My fair lady, com a querida Audrey Hepburn.  




"O Pigmalião da mitologia antiga apaixona-se pela estátua que ele próprio esculpiu. A peça Pigmaleão, de Bernard Shaw (1856 – 1950), conta a história de Eliza Doolitle, uma vendedora de flores ambulante na Londres do início do século 20. Sua linguagem é uma afronta à língua inglesa, seu vocabulário, paupérrimo e de baixo calão, e sua pronúncia, uma desgraça. Um eminente fonético impõe a si mesmo um desafio: reeduca-la e faze-la passar por uma dama da sociedade. Mas esse será apenas o início dessa comédia deliciosa em que Shaw denuncia as diferenças sociais e de classe. "

Esta breve introdução cheia de saudosismo do meu querido blog desde o delicioso período de férias, foi para dizer que tem uns dois meses que eu senti dificuldades em escrever textos mais acadêmicos. Tive que elaborar um trabalho e dois resumos pra uns congressos... foi um parto "organizá-los".

O estilo de escrita que me "acostumei" por aqui, tem influenciado e até atrapalhado a estruturação das ideias na hora de escrever e organizar os parágrafos em textos mais científicos sabe? me chateou um pouco.

papo, fiquei puta! vou criar mecanismos pra reavaliar isso.

De todo modo, aí vai minha mini revolta ao estilo de escrita e avaliação... ai, ai.
como diria o filósofo, "vamo ver isso aí".

Veja uma comunicação sobre "capital cultural" de Bourdieu, acho que ajuda a pensar:

VOCÊ É OBRIGADO A VER ESTE VÍDEO, grata.

6 comentários:

  1. Muito bom o post! Eu gostava muito de Maria do Bairro (confesso que nunca vi as outras Marias). :P Mas o blog era pra ajudar a escrita a fluir melhor! tsc tsc! Acontece hahahaha Sobre Pigmalião, faltou só mencionar a CLÁAAASSICA adaptação do pequeno Shakespeare mexicano. :P hahaha Segue link: http://www.youtube.com/watch?v=BUUNOVVXjpU

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    1. Oi Isa,

      na verdade é o Shaw mexicano! :)

      é exatamente essa a história, rs

      beijo.

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  2. Olá natasha,

    Nestes teus períodos de férias, andei me poluindo com outros blogs. Infelizmente, a maioria de nossa classe média com acesso a internet e ensino superior, flerta com ideias neoliberais e o conservadorismo. O que fazer? Bem, eu aproveito para ir da condição humana. Um camarada fez um "checklist" pra mostrar a todos como o nosso querido rei artur neto cumpre suas promessas - só que não.

    Para nosso blogueiro, um das promessas cumpridas de nosso rei arthur era esta (que, segundo ele, arthur teria cumprido magistralmente):

    * Nenhum partido terá direito a secretaria. As vagas serão preenchidas com critérios da iniciativa privada, o currículo vitae.


    Pauderney Avelino, deputado federal do DEM-AM, que apoiou Arthur no segundo turno, assumirá a SEMED (Secretaria Municipal de Educação).
    Paulo Ricardo Rocha Farias, engenheiro, filiado ao PSB de Serafim Corrêa, que apoiou Arthur no segundo turno, assumirá a Secretaria Municipal de Limpeza Pública.
    Pedro Costa Carvalho, engenheiro, e Humberto Michiles, ex-deputado, ambos do PR de Henrique Oliveira, que apoiou Arthur no segundo turno, assumirão, respectivamente, o Instituto Municipal de Trânsito e a Secretaria de Governo.
    Hissa Abraão, PPS, canditado-eleito a vice-prefeito de Manaus, assumirá a Secretaria de Infraestrutura e o presidente regional do partido, José Augusto Rodrigues, filósofo, será o responsável pela Secretaria Municipal do Trabalho.

    Bem, se estes são os secretários competentes sem vinculação política do Rei Arthur... Ou eu tenho um sério problema de enxergar a realidade, ou só Manaus está correta....

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    1. Oi Wendel,

      você acabou de descrever o caos. e agora eu te pergunto, onde está o bom humor? não é difícil? esse é o meu exercício diário neste espaço, confesso que é árduo e vejo que vc tem dificuldades, assim como eu. o mundo é uma grande bosta.
      (eu acho)

      Se me permite, me atrevo a fazer algumas considerações:

      Partindo do pressuposto que o inferno serão/são sempre os outros, deixe os neos, os medianos e as conservas pra lá e cultive a realidade que você enxerga, sem perder a ternura. como diria aquele lindo rebelde argentino.

      ainda acredito em Manaus,
      e torço que esse reinado seja breve.

      um beijo querido!

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  3. Olá Natasha,

    Desculpe destilar meu humor negro no teu blogger... É difícil não se embasbacar da política amazonense, pois é tão absurdo que só tratando-se de Amazônia pra gente realmente acreditar que a caricatura é real: um reino mágico, lúdico, irracional e fantástico...
    Veja bem, ou esse camarada do blogger é muito cara de pau, ou ele tem uma burrice digna de conto de fadas! Mas aí que penso que sua cara de pau que é tanta só pode também tratar-se de uma fantástica alegoria... Mas o único problema nisso é que ela também é real... A lenda existe e postou isto no seu blogger pessoal...
    O que eu tiro com isso? Que o Amazonas é uma grande terra do "faz de conta", onde não somente a política, mas a própria cientificidade é subordinada descaradamente à libido tirânica e privada das classes abastadas? De onde esse cara tirou que julgar pela competência é apenas algo de esfera privada? Será que é o efeito da chacrona e do ariri? Será que isto explica achar que Pauderney tem alguma competência para gerir a educação de nossa cidade?

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  4. Querida Natasha,

    Tenho passado mais tempo do necessário em uma Casa de Budas Ditosos e, de volta à minha conturbada e violentada cidade do Rio (ameaçada por uma miríade de eventos pré-modernos que ameaçam tornarem-se reais), encontro com seu pesaroso lamento pela dificuldade da escrita. Porém, confesso que estou despreocupado, e a prova disso está na sua resposta inteligente ao amigo derrotado com as penúrias da politicagem urbana. Como você sabe, o humor é literário e você o mantém: coloque pitadas dele nos seus trabalhos analíticos, por exemplo, sobre o capital cultural de Bourdieu.

    Não despreze a norma culta ou, pelo menos, não a troque pela verborragia de radialistas, blogueiros chinfrins ou advogados de telejornal. Não se transforme, em absoluto, numa vulgar roteirista de ‘Revenge’, e não dê muita atenção aos diálogos de Tarantino (por mais que seus filmes sejam intrépidos e, em ocasiões, inclusive bons).

    Siga a trilha dos grandes: leia Allan Poe, leia Borges, leia Roberto Bolaño. Leia, por exemplo, Hemingway. Se tiver dificuldade, recomendo uns dias em Havana, temperando o ânimo com daiquiris, ou no Hotel Florida de Madri, sentindo a vibração das touradas. Foram os dois lugares mais amados por ele. Ou perca-se numa noite de jazz nas páginas de Scott Fitzgerald, de quem Hemingway recebeu o melhor dos conselhos: “Vai precisar de uma mulher a cada livro”... E faça o que você já faz: não pare de escrever. Quem sabe, se você estiver inspirada, não irá precisar de um homem (ou de uma mulher também, por que não?) a cada livro.

    Atte,
    Mr Hide

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