sábado, 30 de julho de 2016

M.A.R. de música

Leopoldina, cientista (1797-1826)

Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários

~cidade de beijos bonitos~

dentro, leopoldina; fora, mar de música


domingo, 24 de julho de 2016

Valda Ferreira de Souza, Lagoa Azul, 2008


Foto de Luiz Vasconcelos, 2008. Manaus, bairro Lagoa Azul, 2008


Despejo Indígena no bairro Lago Azul, Manaus AM, 2008



"Depoimento de
Valda Ferreira de Souza/Mani Silva Satere

22 anos, etnia Sateré-Mawé
Dia 24 de abril de 2008

Naquele momento (referindo-se à ação de despejo pela tropa de choque da PM na Lagoa Azul em 10 de março de 2008), não sei o que passou pela minha cabeça para enfrentar todos aqueles policiais. Primeiro porque eles chegaram agredindo a gente, sem conversar foram empurrando e batendo. Não queriam saber se eu estava com criança, se eu estava grávida, e me empurraram em cima do fogo com violência. Cortaram nossas redes. Naquele momento pensei só em ficar lá mesmo, parada lá, para ver o que eles iriam fazer com a gente.

Eles chegaram cortando os punhos das redes. Ainda minha filhinha estava deitada na rede. Eles não queriam nem saber, cortaram as redes. Ela caiu no chão e foi o momento em que eu corri para pegá-la. E foi na hora em que eu parei no meio deles, quando eles iam levando tudo. E fiquei parado lá, não sabia se eles iriam me bater. Alguns dos policiais me chutaram e me cacetaram, como aparece nas fotos. Falavam muitas coisas nos ofendendo: que "a gente não era índio", que "a gente já era civilizado", que a gente era "invasor". Está certo que a gente errou um pouco lá, por causa que o dono tinha realmente o documento da terra, estava legal, e a gente não sabia. Mas se eles chegassem lá falando que o dono da terra estava legal e que a gente saísse, a gente ia se retirar de lá. Mas não foi isso que aconteceu. Chegaram agredindo a gente e batendo mesmo. Meu marido foi espancado, o André. Ele levou um... Com a espingarda, na boca dele, que espocou. Ele foi agredido e humilharam mesmo ele, antes daquele momento. Enquanto estavam batendo no meu marido, foi a hora em que eu fiquei com meu filho parada, enquanto eles foram me empurrando e me chutando. O que eu senti foi raiva mesmo dos policiais porque que fizeram isso conosco. A única coisa que falaram: foi o governador que mandou fazer isso com a gente. O presidente da Funai falou que tinha lavado as mãos por nós. Foi isso que eu fiquei com raiva, naquele momento fiquei cega, não queria nem saber se iriam me matar ou não. Realmente eu nem pensei no meu filhinho que estava no meu braço. Hoje quando eu olho aquelas fotos, me dá tristeza e remorso por terem feito isso com meu filho. Nem pensei em mim mesmo, se eu estava grávida, esperando um filho. 

Nosso espaço aqui na Redenção é pequeno, cada vez vai crescendo as famílias. Como eu, com esse que vai nascer, já tenho quatro filhos, e o espaço aí é pequeno para eles brincarem. Minha filha brinca de bola, aí ela joga lá para baixo, não dando para pegar, porque os brancos não devolvem mais a bola. Eles implicam também com a gente. Aí não dá para ela correr, pois se correrem as crianças caem. Aí o espaço é pequeno. Estamos lutando por um espaço... Lá é bonito, grande, plano, dava para plantar e colher. E aconteceu isso.

Nós soubemos por meio dos parentes que já estavam lá há cinco anos, que já tinham sido retirados.Tinham alguns Sateré-mawé, que vieram de Maués, Kokama e Tikuna. Então nós fomos para lá. Fomos praticamente ajudá-los a conquistar um pedaço para nós. Nós soubemos por meio de outros povos que já estavam lá. 

Nós não queríamos nem nos entrometer nos problemas deles [dos sem-terra] para lá. O problema deles era um, o nosso era outro. Falam que nós fomos usados pelos sem-terra. Não, nós não fomos usados. Até mesmo porque naquele momento ninguém nos defendeu. Nós mesmos ficamos lá, nem um branco nos defendeu. Tinha gente gritando lá: "não bate nela, não, ela é índia!". Essas coisas. Eles não queriam ouvir, falaram que a gente era mentiroso, que estavam nos usando. Os policiais mesmo falavam ofendendo, que a gente não presta para nada, só prestava para ser pisado, como eles fizeram com nossos cocais, nossas flechas, que eles quebraram tudo. 

A gente tentava avisar as organizações como o CIMI. A gente tentava ligar para elas, só que elas não. A gente foi à Funai. Ele foi lá também, depois falou que no outro dia iria. Só que isso não aconteceu, ele nos abandonou, a Funai que é para nos proteger. 

Algumas comunidades Sateré-mawé procuraram nossos direitos para ter um espaço melhor, outras não, estão para o outro lado à procura de outras coisas para si próprios que atrapalham um pouco. Mas têm outras organizações que estão interessadas na gente de ver um lugar melhor. Se nosso povo Sateré-mawé fosse tão unido assim por uma terra melhor acho que a gente conseguiria, mas não está havendo isso, não.

De modo geral, o principal desafio para nós é a terra e o trabalho mesmo. Não temos como trabalhar e plantar. Se tivesse uma terra grande que desse para trabalhar, acho que dava para tirar nosso sustento, mas não tem. Só vivemos do artesanato. 

Lutamos por uma causa boa, por um lugar melhor, um lugar digno, que todo mundo merece ter. Eu queria aquele pedaço de chão para morar com meus filhos, vê-los crescer, brincando num lugar bom. Outras coisas que eles falaram é que a gente não tinha direito, porque essa terra era lá para o meio do mato. Acho que não, nós temos direito de viver uma vida boa, não somos socados no meio do mato sem termos direito a nada. Nós também estamos sendo humanos e queremos uma coisa melhor também. 

Tem pessoas que moram na aldeia e voltam... Não é a questão da divisão "cidade" e "interior". Ele mora no "interior" e tem a relação com a "cidade". Não tem diferença de "cidade" e "interior". 

São 18 organizações. Nós gostamos muito de separar. Elas se relacionam com a base, não há um corte. Os parentes da base, do "interior", se hospedam nas nossas casas. E fazemos defumação na casa inteira."

ALMEIDA; DOS SANTOS. Estigmatização e território: mapeamento situacional dos indígenas em Manaus. Manaus: PNCSA/UFAM, 2008. p. 111-3.


"O progresso não gosta de índio" - Casa de caba








Do the evolution, 2008


Foto de Luiz Vasconcelos, Manaus-AM
Ação de despejo pela tropa de choque da PM no bairro  Lagoa Azul 
em 10 de março de 2008




Do the evolution, Pearl Jam



Woo...
I´m ahead, I´m a man
I´m the first mammal to wear pants, yeah
I´m at peace with my lust
I can kill, 'cause in God I trust, yeah
It´s evolution, baby

I´m at peace, I´m the man
Buying stocks on the day of the crash
On the loose, I´m a truck
All the rollings hills, I´ll flatten ´em out yeah
It´s herd behavior, uh huh
It´s evolution, baby

Admire me, admire my home
Admire my son, he´s my clone
Yeah, yeah, yeah, yeah
This lands is mine, this land is free
I´ll do what I want, but irresponsibly
It´s evolution, baby

I´m a thief, I´m a liar
There´s my church, I sing in the choir
(Hallelujah, Hallelujah)

Admire me, admire my home
Admire my son, admire my clothes
`Couse we know, appetite for a nightly feast
Those ignorant Indians got nothin on me
Nothin´, why?
Because... It´s evolution, baby!

I am ahead, I am advanced 
I am the first mammal to make plans, yeah
I crawled the earth, but now I´m higher
2010, watch it go to fire
It´s evolution, baby
It´s evolution, baby
Do the evolution
Come on, come on, come on






Milhões de sóis



A luz de tieta

~pra ouvir mil vezes ~

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Cachoeira da Neblina, Extermínio Waimiri-Atroari e Turismo

João Baptista de Oliveira Figueiredo foi o último presidente do regime militar (1979-1985). Há fatos importantes da meta-história do Brasil na "biografia" deste homem que gostaria de saber mais... Uma pena que em "Frentes de Expansão e Estrutura Agrária" Balbina tenha ficado de fora. Vamos focar em três pontos de seus atos de governo que nos interessam e dão um ponta pé inicial nesse texto turístico:

1. Criação do programa Grande Carajás;
2. Criação do estado de Rondônia;
3. Amplo programa de reforma agrária no norte do Brasil.

*


Há um município maravilindo no estado do Amazonas, que se chama Presidente Figueiredo. Apesar dele ser encantador e conhecido como Terras das cachoeiras / Waterfall lands <3 leva esse nome maldito nas costas para nunca nos deixar esquecer do passado sangrento desta adorável região.

Ao fazer as pazes com meus amiguinhos que entendem de fósforo, solo, rocha e passarinhos do Instituto Nacional de Pesquisa (INPA) pude conhecer uma parte [desconhecida até então] desta região que fez parte da minha infância.



Se tem uma coisa que esse povo da "natureza" sabe, é ter faro pra lugar lindo! Não há limites para as belezuras naturais que eles escondem na manga, parece uma sociedade secreta.

Entre as maravilhosas da equipe, estava a antropóloga-historiadora-mineira mais linda das redondezas e foi logo nos explicando sobre o Rio Urubu:

- Já ouvi falar que esse Rio Urubu tem esse nome pela quantidade de corpos indígenas que foram encontrados no período da ditadura no Brasil.

*

Inicialmente, gostaria de esclarecer, que nós só estávamos querendo passear, reencontrar antigos cachorrinhos, visitar um amigo, tomar sol e banho de cachoeira, comer frutinha, tomar café na Priscila. É inacreditável que este lugar tenha a marca de um dos maiores genocídios do Brasil.

"A ditadura militar e o genocídio do povo Waimiri-Atroari: "porque kamña matou kiña"?, originou-se da pesquisa que fundamentou o 1o relatório do Comitê Estadual de Direito à Verdade, à Memória e à Justiça do Amazonas, que revela com grande riqueza de detalhes e farta documentação os crimes da ditadura militar praticados contra aquele povo indígena, por ocasião da abertura da BR-174 que liga Manaus/AM a Boa Vista/RR. Atesta, ainda, que no período de 1972 a 1977 mais de 2.000 indígenas morreram assassinados e por doenças levadas pelos invasores de suas terras. O documento também denuncia uma estratégia cuidadosamente montada, que se mantém desde a ditadura militar até os dias de hoje, para evitar que a verdade, em toda a sua dimensão, seja revelada e de domínio público."


Foto do livro da Valéria {te amamos, saudades}
autografado e tudo pelo fofo do Egydio <3

Os coordenadores do Comitê da Verdade, Memória e Justiça do Amazonas, 
que foram responsáveis pela elaboração do livro foram Egydio Schwade e Wilson C. Braga Reis. 


"O foco do relatório, que foi encaminhado à Comissão Nacional da Verdade, incide sobre os Kiña, mais conhecidos como Waimiri-Atroari, cujos desaparecidos são identificados hoje por seus nomes, graças a um trabalho cuidadoso que ouviu índios em suas línguas, consultou pesquisadores e indigenistas, fuçou arquivos e examinou documentos, incluindo desenhos que mostram índios metralhados por homens armados com revólver, fuzil, rifles, granadas e cartucheiras, jogando bombas sobre malocas incendiadas.

O relatório se refere ao "desaparecimento de mais de 2.000 Waimiri-Atroari em apenas dez anos". Na área onde se localiza hoje a Mineradora Taboca (Paranapanema) desapareceram pelo menos nove aldeias aerofografadas pelo padre Calleri, em 1968.

A pergunta que mais se repete nos desenhos kiña e na sequência das narrativas de massacre é sempre a mesma: Apiyamyake, apiyemiyekî? Por que? Por que?

Os autores do relatório dão nome aos bois, informando as patentes e a identidade dos militares que comandavam a Sacopã no trabalho de segurança da Mineração Taboca/Paranapanema e no controle de todo acesso à Terra Indígena. " (Prefácio de José Ribamar Bessa Freire)

Pra quem tiver estômago, segue o link do "RELATÓRIO FIGUEIREDO" sobre esse massacre-genocídio-extermínio-matança-tortura-crueldade sob os conluios do queridíssimo-idolatrado Estado-nação protetor e amigo [são mais de sete mil páginas]:  http://6ccr.pgr.mpf.mp.br/institucional/grupos-de-trabalho/gt_crimes_ditadura/relatorio-figueiredo

*

O mais inacreditável, é perceber que pessoas que são da minha geração [e mais novos] ainda acreditam numa ideia de desenvolvimento tão precário e assassino quanto as de outrora. Até quando seremos vistos como um "imenso deserto" que se transformará no "celeiro do mundo"? Até quando o "primitivismo" e o "exotismo" vai tomar de conta? Arrisco dizer que isso é culpa da bosta do ensino médio que tivemos e de muitas péssimas universidades deste país! ou um projeto macabro e intencional de destruição em massa, talvez seja o mais honesto a afirmar. 

Desde sempre, não há um serumano que saiba "o que fazer" com a região mais florestosa do país:

V I V A  E  D E I X E  V I V E R 

é bem melhor que o fracasso de Delfin Netto
[golpista! veja "utopia e barbárie" do Silvio Tendler]:

p l a n t e   q u e  J o ã o   g a r a n t e

Já não basta os horrores da extração da borracha? o que querem agora? Já não basta o "progresso" de Mariana estampado nos quatro cantos do mundo? Querem continuar repetindo a fórmula em todo o país? Já não morreu gente/bicho/planta suficiente?

Novamente: eu só queria tomar um banho de cachoeira e comer frutinhas gostosas. : ~ não tem um lugar no mundo que você vá (ou tem?) sem sentir raiva ou o peso das mortes do progresso.

O município de Presidente Figueredo intriga, mas vamos piorar a situação, vamos falar de Balbina. O lago de Balbina era algo que meu pai e tios sempre frequentaram quando éramos crianças. Havia uma casa de uma parente próxima que era funcionária da Eletronorte. Sempre ficávamos hospedados no fim de semana ou feriados. Íamos em igarapés ou festinhas do clube, enquanto os homens adultos iam ao "lago" pescar.

Dentre os objetivos da BR-174, estava a criação da Mineração em Pitinga; Hidrelétrica de Pitinga; Hidrelétrica de Balbina e Grilagem na Terra Indígena. A economia do país estava de vento em popa [ironia].

Pela primeira vez na vida, em junho de 2016, eu conheci o lago de Balbina.




O céu estava maravilhoso, não é mesmo? Nem tenho mais vontade de falar sobre a floresta morta ao fundo. Mas, mais um vez, é necessário. A foto não capta, mas ao fundo, no horizonte entre o céu e o rio, há vários palitinhos horripilantes, que mais uma vez, nos lembram da Barbárie dessas ações BURRAS E ESTÚPIDAS em prol de um "crescimento econômico" do país com morte anunciada [bem antes da construção da hidrelétrica] por diversos especialistas.

O fim disso tudo? uma cidade fantasma, um abastecimento de energia que não dá nem pra uma festa junina, milhões de mortos e uma área gigante devastada. Parabéns a todos os envolvidos, enfiem o dinheiro das empreiteiras no cú, seus assassinos.

*

Antes do soco no estômago, ficamos na dúvida em qual cachoeira conheceríamos: a do Ipy ou a da Neblina. Como o nosso anfitrião-agrônomo-professor-gente boa não conhecia a da Neblina, optamos pela última.

A caminhada era de duas horas à uma hora e meia em mata fechada pra chegar na belezoca. Fingi que aguentaria pra não pagar de fresca-medrosa. Pensei que aquilo poderia melhorar meu condicionamento físico e diminuir meu colesterol. HAHAHAHAHAHAHA ai, ai.

O lugar, pelo que esclarece uma placa [que não fotografei ou anotei] é uma propriedade particular, no entanto tem parceria com a Universidade Federal do Amazonas e Unisol através de projetos de pesquisas.

Ao entrarmos na propriedade, avistamos uma casa e um cachorrinho [baby] fofinho que nos recebeu com muitos latidos calorosos. O Theo foi na frente com a Lay e a pessoa responsável, o Chico, nos informou que poderíamos visitar a cachoeira tranquilamente. Todos estávamos de chinelo e ele disse que não haveria problema.




A casa do Chico
Casa de forno, onde acontece a mágica da farinha :) 
O Theo levou algumas mudas de coqueiro do Chico pra plantar no IFAM :)


O Chico vende polpa de cupuaçu fresquinho, 
Ana comprou um monte pra fazer bolo, suco e doce :3 QUERO!


A classificação da fila indiana 

Durante a caminhada na mata fechada por uma hora e meia [fizemos em menos tempo, por sermos atletas: mentira, eu quase morri] fique atento à organização da fila, é fundamental. É necessário saber, implicitamente, que o primeiro, além de ter a obrigação de escolher o melhor caminho, rompe com todas as teias de aranha para os demais passarem, e está sujeito a todas as picadas de cobra que surgirem pelo caminho. A Lay tá de parabéns!

Apesar da trilha te deixar tonto de tanto olhar pro chão, 
ela é muito linda :3

Cogumelinhos de desenho animado <3


Flores peludinhas *.*



O último da fila, também tem suas obrigações, se aparecer algum felino pelas redondezas, ele será a presa mais fácil por estar no rabo da caminhada. O ideal, caso você seja covarde precavido como eu, é ficar no meio. Você corre o risco de matar as pessoas de susto toda vez que ver um calango pela frente. Poupe-os.

Dica: leve água, relógio, lanterna [vai que], algum tipo de doce, tênis [você vai ferrar sua coluna com havaianas] e aquelas calças de ginástica pra não arranhar nem ficar cheia de mucuim nas canelas.

Depois de subir, descer, pular/escalar/rastejar pelos troncos de árvores caídas, escorregar algumas vezes, andar loucamente, reconhecer cheiro de porco do mato no caminho [emocionante :))) ] e cogumelos fofinhos, flores peludinhas, aquele encantamento vai passando e você começa a se perguntar que diaxo você está fazendo ali, se aquela água não chega nunca. Ao alucinar com o barulho da água... ela aparece!

A primeira visão de água, a gente não esquece,
dobre a esquerda e continue.



Apesar de continuar a caminhada, ao menos você tem certeza que está no caminho certo e aquele barulho de água, junto com o igarapé amarelinho, te anima.


A cachoeira da Neblina: como ela é bonita!

Igarapé amarelinho de água geladinha :3


Eu tinha esquecido como é gostoso fazer uma hora e meia intensa de exercício, morrer de calor e cair numa água geladinha como essa. Literalmente, um oásis.

- Será que os waimiri vinham tomar banho aqui?
- Não sei, talvez. Aqui é tão bonito.

<3

Na volta, fiquei pensando... se eu fizesse aquele caminho da mata todos os dias, seria uma outra pessoa [bem melhor que a atual, inclusive] ahahahahaha

*

Em Manaus, o governo [interino] GOLPISTA, comunica ao país a seguinte proposta à Presidência da FUNAI:

General Peternelli é indicado à presidência da FUNAI

~Definitivamente, viver requer muito cinismo~

É inacreditável o que acontece embaixo do nosso nariz. Que espécie de gente macabra é essa?

HAJA ESTÔMAGO!!!! 

Recentemente, eu e Dani descobrimos que uma pessoa que convivemos por anos, inclusive fez graduação em Direito comigo, na mesma sala de aula, com os mesmos professores. Faz parte da bancada [ruralista] do Amazonas enquanto representante dos agricultores.

Soubemos através da seguinte notícia

"Bancada amazonense se posiciona contra demarcações de terras indígenas no Estado".
http://www.acritica.com/channels/governo/news/bancada-amazonense-se-posiciona-contra-demarcacoes-de-terras-indigenas-no-estado

"A bancada de deputados federais, senadores e representantes dos produtores rurais do Amazonas entregam hoje (5) ao ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, um manifesto contra a criação de cinco novas unidades de conservação e duas terras indígenas por meio de decretos assinados pela presidente Dilma Rousseff na véspera de ser afastada do cargo pelo Senado, na admissibilidade do impeachment em 12 de maio de 2016.

Os parlamentares e entidades ligadas à agricultura amazonense pedem que o presidente interino, Michel Temer, reconheça os vícios de inconstitucionalidade e de legalidade dos decretos de criação das Unidades de Conservação (UC’s) Parque Nacional do Acari, a Reserva Biológica do Manicoré, a Área de Proteção Ambiental dos Campos de Manicoré e as Florestas Nacionais do Aripuanã e Urupadi, além da ampliação da Floresta Nacional Amaná."


- não há limites para a ignorância, a luta é diária -



quinta-feira, 7 de julho de 2016

Pianista

Rousseau by William Wegman, 2003


Chopin - Complete Nocturnes (Brigitte Engerer)



Nem só de caos se vive

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