terça-feira, 30 de julho de 2013

a dança

Henri Matisse, a dança (1909).

O sentimento que dá é de guardar tudo pra si e não compartilhar porcaria nenhuma com ninguém, esse mundo é cão.

calma, a poeira  baixa.

Há quem diga que muitos falam muito e não dizem uma palavra... há quem pense que o silêncio é a melhor resposta pra tudo... as vezes é, mas continuo desconfiando que escrever por aqui é um ato de extrema generosidade, com alguma vaidade, obviamente.

Não falo do monólogo, digo da conversa que troca, e quanto a isso, eu só tenho a agradecer. Trocar experiências e (re) construir o mundo, pode ser o seu, é lindo de fazer... zona de conforto é pros fracos.

Não quero, nem vou refletir sobre esse suporte (blog), nem sobre a minha escrita por aqui... fica em aberto.















quarta-feira, 24 de julho de 2013

crie um porquinho da índia


Se tem uma coisa que eu tenho aprendido, na marra, nesses fatídicos oito meses e alguns dias... é dar ADEUS, a saber, essa palavra não é uma variação do tchau, ou do até logo. É para SEMPRE, essa palavrinha linda que te ensinaram a amar desde que você nasceu. 

- amigos são para sempre;
- amor é para sempre;

é mentira. vinicius tinha razão.

primeiro que as pessoas morrem,
segundo que as pessoas traem,
terceiro que as pessoas criam expectativa... crie um porquinho da índia, é melhor. 


Um amor platônico, cultivado na adolescência que resolveu dar frutos na vida adulta, fechou seu ciclo. E o sentimento que fica é de vazio, um novo caminho? de maturidade... da escola que, tardiamente, se foi... não aguentava mais aquela farda, aquele uniforme, as amarras, a submissão, as regras.

Soltei o cabelo, joguei a boina, pintei as unhas, coloquei havaianas, mudei o caqui pelo colorido e troquei a mochila preta e pesada por um porta moedas Chipibo. é leve e bonito :)

etnia: Chipibo


A projeção de algo que você nunca foi, nem nunca será (ainda bem!) finalmente foi pro saco.

"a vida tem mesmo coisas estranhas, creio que erramos ao buscar explicações porque nem sempre há... ao mesmo tempo, ela abre caminhos não imaginados, você vai ver..." (m.) :~




sábado, 20 de julho de 2013

correio feminino e outras frescuras

Kelly Reemtsen

Impressionante o poder dessa mulher, Clarice não te deixa ficar feia, suja, requenguela, com unhas mal feitas ou cabelo seboso, (...) em outras palavras... ai de ti se não ajeita a coluna ou lava a cara mil vezes por dia. roupa amassada? nem pensar! mas se for fruto de um amasso não tem etiqueta* que dê jeito: pode.



*prometo não falar de Pierre Bourdieu.


Aí vai alguns pedacinhos do livro:

"Imaginei que não aceitaria. Escritora reconhecida e sofisticada, certamente recusaria ser a ghost writer numa página feminina diária, assinada pela linda estrela de cinema e TV, Ilka Soares."

"Para Clarice nada era casual, tudo deveria ser intenso. E verdadeiro". :)

O correio feminino é o conjunto de textos publicados entre as décadas de 50 e 60, onde Clarice escrevia numa linguagem mais simples, que segundo os organizadores, se dirigia à mulher comum, dona de casa, com pretensões de emancipação.

Recém divorciada e com dois filhos pequenos para criar aceitou e escreveu deliciosos textos de comportamento, beleza, sedução, culinária... uma fofurice sem fim.

Vale ressaltar que ser uma escritora fantasma, tinha suas vantagens:

"... Clarice Lispector temia, por aqueles anos, comprometer seu nome mediante a produção de textos menos elaborados para jornais e afetar a imagem de esposa de diplomata."

Estamos falando de 1950/1960-2013 meu povo! haja saco pra tanto moralismo.

a diferença do tão criticado (sim!) correio feminino, cuja publicação ocorreu por pseudônimos, pra uma Glória Kalil da vida (com todo respeito) é que Clarice é linda e minha amiga. hahahhaah

Ainda não li, meu crime: arrogância e ignorância.

Então, Clarice tem uma humanidade profunda nas palavras e costurou um texto carregado de feminices que o seu coração libertário e cheio de ódio (hã? pois é) até amolece pensando na carninha que vai cortar pro marido no dia seguinte ou aqueles bolinhos aromatizando a casa inteira pros filhos.

Veja bem, eu não estou falando de submissão, nem de apologias à finada Amélia, a mulher de verdade. Simone de Beauvoir ficaria decepcionada com Natasha. Cuidar de onde vive, de você... é alimentar a alma, o pensamento, é organiza a vida: Heidegger tinha razão.

Se relacionamento conjugal não é seu forte, seja feliz e chame as amigas para um chá chopp.

ia colocar a capa antiga, mas adorei a apelação
da bolinha vermelha, compra e menina!

A saber, fujo do caos,
pra quem gosta, um abraço!
Vou bem ali assistir minha série favorita.








pelas tabelas






quinta-feira, 18 de julho de 2013

16 de julho



no olho do furacão,

resolvi mudar as paredes, os ares... a poeira me deixou doente e as gavetas, a caixinha verde devolvida... todas carregadas de lembranças, me deixaram pesada e perdi a vontade de falar, de escrever... que problema!

se aceitar a ignorância é o que resta, o jeito é esperar a vez.

que pare de doer,
cuida do coração dela, dele, da pequena que cresce, do meu.





perdão

sob o céu do madeira...



terça-feira, 9 de julho de 2013

ai se sêsse




AI SE SÊSSE
Pra quem está no fogo, nada encantando

se um dia eu estudasse
se um dia eu focasse 
se eu não procrastinasse
se a minha dissertação aprontasse 
se um dia eu defendesse

se juntim eu e os livros vivesse
se juntim do papel e caneta eu ficasse
se eu sempre escrevesse
se ficar juntim do namorado não atrapalhasse
se amar só resolvesse...

se sozim eu me ferrasse 
e pro inferno decesse
Mas porém se acontecesse do seu orientador não lesse
E o seu texto insistisse,
Pra continuar na burrisse
E na porta do inferno eu esculhambasse
E alguém me segurasse, 
Mas mesmo assim minha faca puxasse
E o bucho dele furasse*

Talvez eu arrependesse,
talvez eu me lascasse,
e adeus doutorado.

FIM.


*licença poética.

domingo, 7 de julho de 2013

Playa Ancón, Cuba: diários de bicicleta


Na época em que  você tinha aulas de espanhol, a professora pediu para cada um da turma escolher um filme e fazer uma mini apresentação sobre ele... na empolgação total, você escolheu diários de motocicleta.

lembro que peguei todas as imagens que selecionei rigorosamente e mandei imprimir em papel de foto, fiz um painel, letras em caneta nanquim... tudo no maior capricho, o filme de Walter Salles merecia todo o respeito.

Gael Garcel está LINDO de viver, e eu passei a ME imaginar fazendo uma viagem como essa enquanto plano secreto. Tudo bem que moto quebrada, quedas, caronas e possíveis estupros, sim, a mulher ainda é a mais violentada, desanima um pouco, mas ok, a paisagem é linda e... sua carne é fraca e vai assim mesmo.

Dando continuidade à viagem mais incrível do mundo, a noite de  Trinidad é repleta de casas de show e escolas de dança! a gringarada se matricula nas aulas, treina uns dois, três dias e arrasa à noite nos mini festivais de dança e música que rolam pela cidade... uma delícia!!!

Trinidad, maio, 2013

Depois de se acabar de dançar, ou tentar ao menos, esse pessoal é muito profissional pro seu gosto... rs, você vai dormir com a sensação que ainda tem muito que aprender nessa vida, inclusive ter um remelexo que preste, igual daqueles corpos lindos em movimento... AMEI!

Pela manhã em Trinidad, seguimos a dica do lonely planet e fomos procurar alugueis de bicicleta pra chegar na Playa Ancón, que fica uns 18 km de Trinidad. De boca em boca, encontramos uma pessoa que nos alugou por 3 CUC´s...  e demos início ao meu plano secreto de fazer um "mini diários de bicicleta"... tudo bem que na versão correta acontece na américa do sul... mas quem se importa? isso é apenas um detalhe e você está no país que Chê escolheu, oras!

graças à modinha irritante de andar de bicicleta em Manaus, da sua irmã linda e seu cunhado que é educador físico respirarem essa vibe, você conseguiu se equilibrar na magrela e saiu fazendo graça naquelas ruas de paralelepípedos... que maravilha! sua bunda tem lembrança desse dia até hoje.


Trinidad, maio, 2013.

Já no finalzinho de Trinidad, tivemos que parar com a bicicleta pois havia um aglomerado de pessoas... bem na nossa frente e alguns carros tentando passar... o quarteto de antropólogas quase tiveram um siricutico tentando adivinhar do que se tratava... Roger Bastide entraria em colapso com tal "coincidência"... será mesmo só isso? tenho minhas dúvidas.




velhos, jovens, crianças, mulheres, homens... todos vestidos de branco, cantavam, dançavam... aproximadamente umas doze pessoas carregavam nos ombros uma caixa de madeira pintada de preto do tamanho de um adulto... faziam um zig zag no ritmo dos "batuques", como se estivessem costurando a rua... muito impressionante. As mulheres choravam e batucavam a caixa preta de madeira, os homens tocavam os instrumentos de percussão... de repente vi um sorriso lindo na minha direção, sorri de volta, um riso consentido de "sinto muito"... recebi um outro de "obrigada". nunca vou esquecer essa sensação, fiquei muito emocionada.

depois de uns dez minutos imersas na cerimônia, saímos dali... e demos continuidade à viagem de bicicleta rumo à praia!

Saindo da parte mais urbana de Trinidad, a paisagem muda, e agora o cenário são campos, árvores, montanhas e uma estrada incrível... ladeiras - descidas - muito vento na cara e pouco esforço, muito obrigada lonely planet, suas dicas foram geniais.


Ufa!





A playa ancón é paradisíaca, fiquei de bubuia naquela prainha cujo cenário era uma areia bem fininha, aquele azul de mar irritante e montanhas ao fundo... minha única preocupação era não deixar a água entrar no meu ouvido ou pisar numa pedra-bicho... ê vidão!




Na volta achei, honestamente, que ia morrer... descobri que o meu condicionamento físico tava uma merda, tava com sede, fome, as ladeiras maravilhosas de descida na ida, viraram subidas escabrosas que o meu corpinho quis pedir arrego milhões de vezes... aquelas velharias lindas, não tinham marcha ¬¬...

as belezocas

entre Trinidad e Playa Ancón

"quis" chorar, desistir e pedir carona... mas fiquei sem coragem, naquela altura eu era uma moça seduzindo total só com a parte de cima do biquíni e um pedaço da blusa cobrindo o resto, com os rumores de crimes que aconteceram na Índia na cabeça, achei melhor não arriscar.

Depois da sensação de morte iminente, finalmente consegui chegar e devolvi a bicicleta.
(...)
Definitivamente, essa experiência foi pra lá de visceral*, em todos os sentidos.


* vá na página 19, o texto é maravilhoso!












sexta-feira, 5 de julho de 2013

aulas de francês



Présentation de vous et de la famille*


J'appelle Natasha, j'ai deux soeurs et je vis toujours avec mes parents. J'étudie maîtres de l'anthropologie et des peuples autochtones et de leur art.

Mon grand-père est mort Constantino a une semaine et quelques jours, ma maison est très triste, mon père visiter ma grand-mère tous les jours. Dans la famille de ma mère est très grande et belle, j'ai grandi avec mes tantes.

J'ai un ami qui s'appelle Valeria, elle a étudié l'anthropologie dans ma classe et maintenant, c'est mon voisin.

Valeria est ma nouvelle soeur, il est devenu un grand ami et compagnon dans les moments difficiles.

Mes tantes sont très belle et intelligente, tante Mara a eu un bébé appelé Ana Clara (Clarinha) et m'a demandé d'être sa marraine. Je suis très fier de cette invitation.

Clarinha a les yeux de ma grand-mère Ana Vidal, et est le plus bel enfant du monde.


*ainda não foi corrigido.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

apelação



"Haverá sempre uma diferença entre uma coleção de figurinhas e o Museu do Louvre, mas melhor do que fazer um museu pouco sério é empenhar-se a sério numa coleção de figurinhas de jogadores de futebol de 1960 e 1970."

umberto eco

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