segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Tinder



O tinder é uma balada 24h,
daquelas bem decadentes.
Um cabaré de putos e putas tristes.

Lembra uma cidade submersa,
De não sobreviventes de naufrágios.
É ocupado, também, por zumbis
recém saídos de escombros do pós-guerra.
Pensar em amor é beirar o ridículo.

Há um desejo genuíno 
em pisar nos corações que continuam rolando desses cabarés.
Nada de viés, é com o calcanhar 
bem forte, pra deixar sangrar e morrer até o fim.

Há uma certa honestidade em estar ali, 
naquele banheiro sujo, cheio de carne podre, 
feridos e diálogos medíocres. 

Vez ou outra, aparece alguém pra segurar o seu cabelo,
Enquanto é a sua vez de encher o vaso do que sobrou de você

No meio daquela lama, daquele manicômio,
há os sobreviventes. 




As origens do frio




Em tempos de friozinho e vento, é impossível sair com os meus trapinhos práticos de Manaus, saia-camiseta ou vestido e a mesma sandália de couro antonio-conselheiro-forever. 

"Eu espero que no frio tu pare de andar que nem mulambo! Eu não botei filha bonita no mundo pra se esconder e andar que nem mendiga! Meu Deus, pra que isso? Negativo, isso aqui tu não vai levar" (Minha mãe)

É... eu pensando se ia passar fome ou não em Chicago, e Dona Rosa preocupada com a minha finess nos isteites. 

Aqui são ciroulas, calça, meia, camiseta, outra, blusa, casacão, tenizão impermeável, e algum pano pra enrolar no pescoço e salvar o nariz. Lá se foram duas horas... cintura? ombro sensualizando? perninha de fora? pescoço aparecendo? esqueça...  :/

07/01/2017

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