sexta-feira, 11 de outubro de 2013

tacacá da tia Socorro



Gente, tucupi é uma delícia com qualquer coisa, até com sorvete! hahahahahah AMO!

Depois de encher o meu buchinho com acarajé naquele mundo baiano, fiquei desejando horrores o tacacá, eu sonhava com aquele caldinho com camarão e jambú (pouco) na cuia... 

Pensando nesse texto aqui, lembrei de uma pessoa que conheci num congresso em Buenos Aires, ele apresentou um trabalho sobre as tacacazeiras em Belém. Lembro que fiquei impressionada como Daniel Bitter, que estava envolvido com o processo/pedido do registro de ofício de tacacazeira no Iphan, com pouca teoria e muita descrição etnográfica, demonstrou que aquele modo de fazer tacacá era genial e digno de se tornar patrimônio... super talento!

Comecei a jogar o nome dele no google + tacacá... achei!

"Comida, trabalho e patrimônio. Notas sobre o ofício das Baianas de acarajé e das tacacazeiras".

assim como o acarajé e o tacacá, o artigo é uma delícia! dá pra ler numa sentada.

Que grande coincidência ter no mesmo texto o acarajé... adorei entender melhor a relação das baianas com essa comida de rua... inclusive sobre a polêmica discussão sobre o "bolinho de Jesus".
Lembro que no congresso, ele falou apenas do tacacá...

O mais engraçado é que ontem, conversando com uma amiga sobre temas de dissertação... lembramos que a última vez que tocamos no assunto foi lá no tacacá da tia Socorro, na cidade dos carros (...). Ainda que eu torça o nariz para esse nome "cidade dos carros"... faz sentido... rs, que lugar gostoso: é tranquilo e tem ventinho.

Apesar do preço salgado, Gisela que me perdoe, ainda não provei tacacá mais gostoso! sério...  fico diiiias desejando essa maravilha.

Olha que bonito que eu encontrei no texto do Daniel:

"Patrimônio, aqui, assume outros contornos semânticos, revelando-se indissociavelmente ligado ao corpo, à alma, às relações sociais, a certos lugares, ao modo com que essas comidas são servidas e consumidas, 
à sua estética, e assim por diante. As baianas e as tacacazeiras não são apenas cozinheiras capazes de produzir com competência certas comidas, são atores sociais que veiculam concepções de mundo. Ser baiana ou tacacazeira é uma forma específica de ser, estar e agir no mundo."

Graças à essas mulheres, tacacá sempre foi sinônimo de estar com a família... quando era pequena, nunca compravam uma cuia só pra mim... era sempre dividido com a mamãe ou outra pessoa conhecida que estivesse por ali... "o tucupi é muito forte pra elas", dizia. Ficava ansiosa para que chegasse a "minha vez"... era a hora de pescar um camarão e tomar aquele caldinho amarelo-ouro-delícia.



Segundo Daniel, "as tacacazeiras de hoje, na maioria, aprenderam o ofício com suas mães e avós ou com outras mulheres", lindo né? 

Vou bem ali tomar meu tacacá e matar minha saudade.








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