quarta-feira, 20 de novembro de 2013

o abismo


Se eu pudesse, faria o seguinte:

pegaria todas as minhas folhas escritas do plano, as colocaria num buraquinho no chão de terra e atearia fogo até elas queimarem uma a uma. não consigo aceitar nada do que escrevi até agora, nada faz mais sentido, um caos. 

não, eu não desesperei.

só constatei o quanto fui displicente, pós morte do rodrigo, com a minha vida acadêmica.
eu não gostei de nenhum trabalho que eu fiz, minto, gostei de um que eu fiz no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (!!!!) só.

tudo as pressas sabe? sem mergulhar no assunto ou lendo os textos com rigor ou escrevendo pelo prazer de estar descobrindo algo ou "agregando valor"ao meu mísero capital simbólico. 

eu não fui obrigada a fazer esse mestrado, eu tinha muitas dificuldades em aceitar/estudar o conteúdo da graduação em direito... mas em antropologia? é uma delícia! tudo bem que tem alguns autores com baixa auto estima intelectual que não tem a gentileza de escrever um texto inteligível, "ai que prazer em ferrar os leitores!" mas depois que você o decifra... uau! juro que sinto uma vaidade ímpar nesses (poucos) momentos!

Uma outra coisa sensacional é a capacidade de alguns textos te alimentar o corpo e a alma. impressionante. acaba que algumas teorias estão intimamente ligadas a forma como observo a vida, os outros, os objetos, a mim mesma... é absurdamente transformador...  

Mas se é assim tãaao legal, porque meu desempenho acaba sendo tão mais baixo? porque a  minha preguiça é tão grande? procrastinar é sempre o lema... juro que não entendo. 

Estou de frente ao abismo, sinceramente? meu plano vai pras cucuias, já pulei.

Deixo o plano de lado e sigo nos cadernos de campo, vamos ver o que sai.

OBS: PRA ONTEM!

fim do dia, arnaldo antunes.


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