quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Ibsen e a monarquia: contos de madrinha e afilhada

Era uma vez uma madrinha que tinha a afilhada mais linda-gostosura-total. Em datas festivas e viagens mirabolantes a pessoa que vos fala pensa em mil agradinhos para essa bolinha de amor e dobrinhas. Tudo faz lembrar dela, desde aqueles vestidinhos cubanos, bordados pelas mãos daquelas senhorinhas que ficam nas janelas daquelas casas coloniais lindas... uma calcinha de renda renascença do sul da Bahia que custa o olho da cara... mas é linda de morrrer, ou aquele colarzinho de madeira feito pelos Tikuna, visto um dia desses... tudo lembra ela.

colarzinho Tikuna, fonte: Dani :)


É difícil ter criatividade com a quantidade de bonecas louras, finíssimas e aquele absurdo de rosa de todas as nuances. não, eu não sou uma madrinha "guerrilheira"! hahahahah mas aquela boina do Fidel ficou linda demais nela... :D~, minha comadre que me perdoe.

Dia desses estava pensando em duas categorias de elogio que são utilizadas com frequência em bebês fêmeas: boneca e princesa.

- Essa garotinha é uma boneca de tão linda;
- Parece uma princesa.

Vamos pensar, ou ser chatos, ou pedantes. dá no mesmo. acostume-se com o isolamento, seres humanos dessa espécie, dificilmente serão aceitas por gente legal e descolada.

Li um livro, emprestado pelo amigo sempre lembrado, que foi quase um soco no estômago:

"Casa de bonecas", escrita por Henrik Ibsen em 1879.



Essa peça foi escrita em 1879. VEJA BEM, 1879!!!!!!

E o mais absurdo/impressionante é que ainda somos criadas da mesma forma até hoje... tudo bem que o meu clã tende ao matriarcado... mas, nem sempre é assim.

Se você pensa em cuidar de meninas, ou convive com elas, ou quer educar meninos de forma diferente, ou está coçando o saco e quer ler algo que preste, ou que levou um pé na bunda daquela mulher cheia de opinião e fantástica, faça o favor de ler esse livro e deixe-se transformar por ele, você não é uma barsa, deixe ele agir sobre você, ou não tem sentido nenhum você se exibir dizendo que o leu.

ok, nada de chamar aquela belezinha de boneca.

Vamos a outra categoria: princesa. 



Desde muitos anos, vem sendo utilizada em baladas de baixo nível, 
por sujeitos cínicos e pouco respeitáveis.

Pelo amor! monarquia não né?

Se nós vivemos num regime republicano ou democrático de fato, não interessa (nesse momento). aquela época de piolhos e sífilis da monarquia no Brasil te dá arrepios até hoje. tudo bem que os vestidos da Kate Middleton são lindos, mas não caia nessa. seja forte, e adote formas mais criativas de chamar aquela bolinha de formosura com nomes carinhosos e inspiradores.

A madrinha te ama demais... e um dia, alguém vai entender toda essa pedância.


Um comentário:

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