O tinder é uma balada 24h,
daquelas bem decadentes.
Um cabaré de putos e putas tristes.
Lembra uma cidade submersa,
De não sobreviventes de naufrágios.
É ocupado, também, por zumbis
recém saídos de escombros do pós-guerra.
Pensar em amor é beirar o ridículo.
Há um desejo genuíno
em pisar nos corações que continuam rolando desses cabarés.
Nada de viés, é com o calcanhar
bem forte, pra deixar sangrar e morrer até o fim.
Há uma certa honestidade em estar ali,
naquele banheiro sujo, cheio de carne podre,
feridos e diálogos medíocres.
Vez ou outra, aparece alguém pra segurar o seu cabelo,
Enquanto é a sua vez de encher o vaso do que sobrou de você
No meio daquela lama, daquele manicômio,
há os sobreviventes.