sábado, 13 de abril de 2013

a cartomante

não, eu não citarei Machado de Assis, nem falarei do final trágico de Rita. ops, spoiler!



a motivação em escrever são duas, textos e cotidiano. 

1. LANGDON, Jean (org.). Xamanismo no Brasil: novas perspectivas. 1996. (abnt)
2. Eu.

na introdução de Jean Langdon, breve e esclarecedora do livro em questão, ela fala  sobre os passos iniciais para entender esse campo fascinante do xamanismo. citou alguns autores conhecidos, mas manterei o foco no Malinowski.

"Embora esteja claro que Malinowski não acredite na magia como uma técnica para alterar os eventos, a magia existe porque preenche a função de aliviar a ansiedade". (pg. 21)


Longe de dissertar aos moldes da pedância/chatice acadêmica, falarei de uma moça que frequentava cartomantes por sofrer de ansiedade. não bastou desligar o telefone e esquecer o facebook.

Regina é uma cartomante muito conhecida por todas as suas amigas, mora na compensa e cobra R$ 25,00 por encontro. gosta de presentes, santos e demônios (todos os tipos). problemas de saúde, dinheiro, morte, chifre, pé na bunda, amor, família, oportunidades de trabalho, viagens, mestrado, doutorado, ... ela acerta. ela prevê. ela fala, inclusive, sobre o seu passado! impressiona.

James Frazer (1890) escreveu "o ramo de ouro" em doze volumes (!). E, erroneamente, para os exploradores do xamanismo, separou magia da religião nos seus estudos:

"A magia, segundo ele, é separada da religião porque, em vez de ser um ritual de adoração, compreende práticas visando alterar os eventos."

Apesar das práticas de Regina serem consideradas mágicas, a mesma não se propõe a alterar os eventos. segundo ela, seria considerado feitiçaria e magia negra, "isso eu não faço".

depois de ter ido a esse encontro, pergunte-se mais de uma vez o que foi fazer naquele lugar.  você vai perceber que Malinowski tinha razão. Regina não disse, mas você verá nas entrelinhas da conversa, um convite a lidar com o desconhecido, com o inexplorado, a enfrentar seus  medos, buracos e precipícios. 

aguente firme, foi o quinhão que sobrou pra você. 

stuff no-one told me









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