terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Cólera e covid-19

Faz três dias que sinto dores no corpo. Estou em Manaus desde o dia 19 e achei que a "temporada de covid" chegaria pra mim a qualquer momento.

Acontece que curiosamente eu tive quase os mesmos sintomas no ano passado, exatamente na mesma data (pós-natal), quando estive na casa da Pati em Niterói. A grande diferença era que o motivo de ficar de cama com dores absurdas no corpo, foi uma garganta inflamada na presença do meu avó e alguns tios e tias. 

Tentei me observar. Não perdi olfato nem paladar, como andam circulando que são os principais sintomas. Em compensação, muitas dores nas pernas, costas, braços, lombar, nuca. Nenhuma posição era confortável. A menos ruim era deitar de lado, sem travesseiro. 

No terceiro dia, não dependia mais de novalgina nem antigripais. Decidimos que caso as dores piorassem, iria ao hospital e caso elas diminuíssem, iria tomar dorflex, em último caso. Simples assim, um consenso coletivo de tratamento caseiro contra um possível covid. Não recomendo, procure um médico. Isso aqui é uma plantação de abobrinhas. 

Faz três dias também, que leio um texto de 1847, da Emily Bronte.  Até a página 212 já morreram duas mulheres estranhas, incríveis e um casal de idosos, com todo respeito, irrelevantes. Aparentemente do nada e de febre. A princípio, segundo uma busca rápida, a Inglaterra teve um surto de cólera que matou milhares. Mas isso não está claro no livro, é só uma hipótese.

"It is cholera to blame". Pavel Fedotov, 1848

Hoje recebi duas mensagens. Em uma delas, consegui alugar meu apartamento para um amigo de um amigo, por um mês, no estilo airbnb no período que ficarei aqui. Estou imensamente feliz!

Curiosamente, minha dor muscular diminuiu e arrisco dizer que estou bem melhor sem nenhum medicamento. Só água e tambaqui assado. Como explicar? Não sei. 

Continuo me observando, vamos ver o que vai ser amanhã. 

No morro dos ventos uivantes, esse relato de franqueza apaixonada, Catherine acabou de ter suas cartinhas descobertas pela Nelly. Segue o baile entre os ingleses. 



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