domingo, 19 de setembro de 2021

o brasil que deu certo, 34

"hay que caminar para conocer."

outro dia explico quem me disse essa frase. 

saí decidida a conhecer meu entorno, meu país. não pedi orientação de ninguém, nada. fui sentir o movimento, a cidade, o meu balanço.

continuei a caminhar entre aqueles prédios antigos. as ruas seguiam com lixo, cinza, até que um nome me chama atenção: arcadas. 

além do outro significado mais endurecido, diz respeito ao formato das janelas, um conjunto delas.

segui caminhando, atenta a qualquer movimento que me pedisse pra ficar.

prainha da praça, dizia. era gostosa a sugestão. é um clarão bem no meio daquele emaranhado de concreto armado sem muita relevância. fui corrigida: "aqui é a bolsa de valores de são paulo". 

ainda desconfio, mas ele disse que é. 

parei e comecei a ouvir os tambores. foi o primeiro batuque que ouvi depois de todos esses milhares de anos. 

foi lindo acompanhar aquela força, aquele som poderoso e imponente vindo do meio daqueles prédios sujos, abandonados, esquecidos, largados ali. poderia falar sobre os louros da "decadência", mas não vou. passado um tempo, não havia mais prédio algum, só a força das mãos, o couro esticado e os sons. os monumentos diminuíram de tamanho e houve uma combinação de corpos pouco comum naquele centro tão carregado de histórias mal contadas sobre desenvolvimento econômico, o famoso "sucesso sulista". 

são novas memórias, novas históricas, pensei. novas maneira de contar, talvez. 

eu cresci junto... e quanto mais perto, mais potente, mais forte. quanto poder. não por a caso, é com essa mesma frequência que os orixás descem à terra, é um convite. 

encontrei um lugar.  

viva. bem viva. 









Um comentário:

  1. Yeahhhh nossa ancestralidade, energia, purificação através da música, vibrando novas frequências

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