outro dia explico quem me disse essa frase.
saí decidida a conhecer meu entorno, meu país. não pedi orientação de ninguém, nada. fui sentir o movimento, a cidade, o meu balanço.
continuei a caminhar entre aqueles prédios antigos. as ruas seguiam com lixo, cinza, até que um nome me chama atenção: arcadas.
além do outro significado mais endurecido, diz respeito ao formato das janelas, um conjunto delas.
segui caminhando, atenta a qualquer movimento que me pedisse pra ficar.
prainha da praça, dizia. era gostosa a sugestão. é um clarão bem no meio daquele emaranhado de concreto armado sem muita relevância. fui corrigida: "aqui é a bolsa de valores de são paulo".
ainda desconfio, mas ele disse que é.
parei e comecei a ouvir os tambores. foi o primeiro batuque que ouvi depois de todos esses milhares de anos.
foi lindo acompanhar aquela força, aquele som poderoso e imponente vindo do meio daqueles prédios sujos, abandonados, esquecidos, largados ali. poderia falar sobre os louros da "decadência", mas não vou. passado um tempo, não havia mais prédio algum, só a força das mãos, o couro esticado e os sons. os monumentos diminuíram de tamanho e houve uma combinação de corpos pouco comum naquele centro tão carregado de histórias mal contadas sobre desenvolvimento econômico, o famoso "sucesso sulista".
são novas memórias, novas históricas, pensei. novas maneira de contar, talvez.
eu cresci junto... e quanto mais perto, mais potente, mais forte. quanto poder. não por a caso, é com essa mesma frequência que os orixás descem à terra, é um convite.
encontrei um lugar.
viva. bem viva.
Yeahhhh nossa ancestralidade, energia, purificação através da música, vibrando novas frequências
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