segunda-feira, 13 de junho de 2016

Poliamor e tubérculos

Acabei de assistir um episódio de uma série do Netflix: Chef's Table.



Ao que tudo indica, é uma série que destaca pessoas apaixonadas [donas de restaurantes famosos rs] por elaborar comididinhas maravilhosas. Hoje assisti o primeiro [e acho que último, não quero viciar em televisão nesse momento da minha vida] que é protagonizado por Alex Atala.

Depois dele ter sido citado pela Manu Carneiro da Cunha no artigo "Questões suscitadas pelo conhecimento tradicional", faço votos que ela esteja comendo no DOM com desconto:

"O tema do conhecimento tradicional está hoje por toda a parte – no Banco Mundial, na Organização Mundial da Saúde, na FAO, na OMPI, na Unesco, e também em outros círculos menos oficiais: o chef de cozinha Alex Atala (aliás, em grande parte responsável pelo sucesso internacional do jambu) me disse que a contribuição culinária mais importante da Amazônia foi o tucupi". (p. 441, 2012)

Hoje não falaremos de Tucupi. Nem de jambu. No entanto, explico que o chef foi citado, por ser muito poser, inspirador neste início de madrugada e obviamente, por destacar as duas florestas mais lindas e florestudas do mundo:

- A vida são vários "ciclos". Corresponde a vida de uma planta. A parte que estamos vivos é a flor :)
- Eu descobri o que fazer com a raiva que eu sentia.
- Toda comida implica a morte, muita gente esquece disso.

Apesar de todas as coisas maravilhosas que assisti, falaremos de duas raizinhas que não foram citadas no documentário, mas que foram lembradas por Natasha com muito carinho.

Hoje falaremos sobre o cará roxo e a mandioquinha.

Na minha vida que não existe, teria uma plantação de mandioquinha no quintal. Eu não consigo nem imaginar em excluir o meu amor pelo cará roxo. A textura desse legume/fruta/pão, acompanhado daquele sabor que vai derretendo na boca, não pode ser sobreposto à mandioquinha. Agora fico me perguntando o porque de inserir esse versus perverso entre os dois.

Só de falar assim da mandioquinha, meu coração aperta.

Sempre comi a mandioquinha misturada na salada, sem perceber direito o sabor que ela tem. Até que experimentei uma sopa todinha só dela. PELOAMORDEDEUS. O coitadinho do cará roxo entra em desvantagem, porque a sopa feita do bichinho, fica esquisita: levanta a mão quem já tentou! hahahahahha EU! fica gosmento e a textura some. : ~


A mandioquinha, como um tubérculo único que explode em milhares de sabores na sua boca, apareceu pra mim em forma sopa. Aliás, sopa é um dos meus pratos favoritos da vida. Essa raizinha é tao maravilhosa, que ela sozinha é prato principal, é tanto sabor junto que nem sei explicar, parece uma sobremesa, uma torta salgada, um creme cheio de especiarias... mas não, é só ela, como veio ao mundo. :3

E foi nesse contexto de deslumbre e os preços altíssimos que esse produto importado tem ao aterrissar em Manaus, é que decidi o seguinte:

Se alguém pedir para você plantar batatas, substitua mentalmente por mandioquinha  <3 Por ser um ditado que ninguém mais usa, experimente plantar em casa mesmo pra se exibir pros seus amiguinhos.

*

Acabei de fazer uma busca breve sobre ela, descobri que a belezinha veio dos Andes, que fofinha né? Uma pena que ela só sobrevive no frio.

desenho estilo "viajante". rs


Clima

A mandioquinha necessita de clima ameno, com temperaturas entre 15°C e 18°C para se desenvolver bem, mas pode tolerar temperaturas um pouco mais altas ou um pouco mais baixas. Embora seja possível cultivá-la em baixa altitude, a mandioquinha cresce melhor entre 1700 m e 2500 m de altitude.
Aqui vai um beijinho pra minha irmã, que tem feito essa sopinha maravilhosa com frequência nesses maravilhosos 28 graus em Manaus.



Achei no youtube
Chefs Table, Season 2, Episode 2, Alex Atala




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