quarta-feira, 11 de setembro de 2013

medo



"não me deixe só, eu tenho medo do escuro, tenho medo do inseguro...", diria Vanessa.

Esse refrão me contaminou essa semana de mudança e medo,

- Alguém cuida de mim por favor? Estou apavorada!
- Não.

essa foi a resposta. "te vira", o outro completou.

Mas os caminhos da arte não seriam mais suaves? alguns diriam...
eu também pensei... mas para quem mora num país onde a desigualdade e a diferença ainda são marcadas pela violência, a resposta é não.

Pelas esquinas, ouve-se:

"Eu não tenho medo. Vou lutar até a morte, sou Tupinambá e estou preparado para morrer!"

Me sinto um bolo de fraqueza e covardia, simples assim.
Como alguém que tem medo do escuro e de avião se mete nesse palco de conflitos?

Meu ritual de iniciação precisava ser desse jeito?
com o meu coração na boca de forma tão constante?
que diabos estou fazendo aqui?!

pausa, três respirações bem profundas, ouvi dizer que é bom.

Nessas andanças, o que mais impressiona são  as pessoas e a sensação de que ninguém é uma ilha, não estou só... e arrisco dizer que Vanessa está errada ao afirmar que alguém seja responsável por isso... estou nutrindo uma admiração profunda por essa luta, por essa etnia, por esses encontros.

Esses dias ouvi uma frase no vento:

"O medo é a negação de um poder que você tem..."

foi bom pra pensar.

Ainda tenho medo do escuro, do inseguro e não sinto nadica de nada  desse poder... mas, desconfiar que ele existe e manter o foco na escrita, tem adiado a minha volta para Manaus todos os dias... não sei até quando.

Ass: Natasha, a covarde.










Nenhum comentário:

Postar um comentário

textos relacionados

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...