terça-feira, 20 de agosto de 2013

trilha da escrita

gás!







3 comentários:

  1. Natasha,

    Para criar algumas peças fantásticas da literatura, os escritores inventaram o recurso do manuscrito misterioso, encontrado em circunstâncias especiais. Basta lembrar, como exemplos notáveis, “O nome da rosa” de Eco, uma outra história cujo nome esqueci, de Allan Poe, ou a ficção de Borges sobre o manuscrito de Conrad. Histórias escritas numa origem desconcertante que inspiraram histórias igualmente extraordinárias.

    Fiquei sabendo que numa viagem recente a uma ilha do hemisfério norte, você congregou artistas de latitudes inverossímeis, que entregaram a você secretamente (apenas eu e alguns ilhéus mais conspícuos damos fé desse evento) uma etnografia de si próprios. Escreva sobre ela, e as teclas da máquina sábia da sua fotografia dançarão com eloquência ao ritmo de uma melodia bem melhor da que você acaba de postar.

    Leve também em conta o conselho de Oscar Wilde: “Faça algum sacrifício pela sua arte e será recompensada. Porém, peça a sua arte que sacrifique a si própria por você: dessa maneira obterá uma frustração mordaz”.

    Você tem, definitivamente, o espírito criativo da escrita, Natasha. Deixe-se levar pela sua própria brisa.

    Yours sincerely,
    Mr Hide

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    Respostas
    1. Mr. Hide,

      há poucos minutos, estava tentando decorar a letra do Gabriel. Não por acaso, é que numa ocasião hipotética, me imaginei num palco cantando loucamente, com uma platéia frenética e contagiante, principalmente a parte mais rápida do final... seria uma performance incrível... acredite, ficar com ela na ponta da língua seria um dos objetivos da noite. confesso que a parte final estava me exigindo um esforço maior, rigor na voz, cuidado com as palavras e ajuste no ritmo mais acelerado.

      no dia a dia, costumo fazer trocadilhos pros mais chegados com músicas mais conhecidas/escrachadas, ninguém ri, obviamente. já estava animando no sem-terra, "enterra!", escola, "esmola", favela "cadeia" treino pra que saia na mesma entonação. já acho divertido só de imaginar.

      comecei a ensaiar uns movimentos no corpo e aumentei o volume do som, pra criar um clima de festinha e vigor nesta hora da noite, o ritmo me agrada demais. funcionou.

      até que o li.

      Gabriel tem raiva, agência, algumas sacadas interessantes... e eu? eu ouço. do cachimbo da paz à loura burra.

      Oscar Wilde tem um excelente conselho, provavelmente gabriel não o escutou e agradeço o convite à reflexão. o farei.

      Quanto a ilha... rs, tenho muito escrito em genéricos de moleskine's, e outros muitos na cabeça. a proposta me parece desconcertante... no momento, infazível. ainda não me apropriei do fantástico, por enquanto, tenho concentrado esforços no etnográfico (que os pós-modernos não me ataquem com essa afirmação). mas estou curiosa quanto ao recurso do manuscrito misterioso...

      grata,

      Natasha.


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  2. Mais ainda, Natasha.

    García Márquez diz que, quando mais parece que escapam, as formas belas e originais de dizer as coisas aparecem de forma súbita.

    Mas você já sabia disso, não sabia?

    Mr Hide

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