sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Baleias

Estava na praia do Campeche, sozinha, quando uma moça com duas crianças se aproximou e perguntou se eu conhecia as praias da Armação e Matadeiro. Respondi que não. Eu poderia falar sobre as duas praias,  mas que confesso não quero. Além de tudo, achei  macabro saber que ali era o lugar que matavam baleias. 



Sem saber  ao certo como aconteciam as carnificinas, fiquei imaginando esqueletos enormes sendo retalhados a céu aberto com dezenas de homenzinhos, urubus e moscas sobre eles. Pela foto, minha imaginação não estava tão errada assim. 

Em 2018, fiquei sabendo que baleias tinham aparecido na praia de Moçambique. Fiquei chocada! Nem sabia que elas nadavam em costas brasileiras... deve ter sido a água gelada que atraiu as bichinhas, pensei. 

De qualquer maneira, pensar em baleias me remetia ao meu livro não acabado de Moby Dick. Sem pesar, sigo viajando. 

Após ondas épicas de quase dois metros, o barqueiro de lagoinha do leste nos disse que uma baleia havia aparecido exatamente naquela praia no dia anterior! Novamente associei ao mar gelado... o sol estava no talo e a água incrivelmente fria. Dessa vez, não reclamei, fiquei um bom tempo ali... achei bem gostoso e até curativo. Elas sabem das coisas. Naquele mesmo dia, fomos a praia de Moçambique. Estava ansiosa, era a minha favorita do guia. Dizia que havia uma floresta de pinheiros e que poderíamos caminhar ao longo. Minha esperança secreta era ver uma baleia por lá, achei tudo muito surreal para umas férias tropicais como aquela. 

Nem consigo dizer "infelizmente" porque a praia era tão linda, tinha tanto siri, pássaros e tanto pescador que só o fato de imaginá-las por ali, nadando escondidinhas, me deixou satisfeita. 

Em Manaus, sonhei com uma.

Eu estava na água e fora dela, havia um perna de pau com um jeito engraçado sobre a baleia. Ele tentava se equilibrar enquanto ela fazia seu nado por baixo da água. Não era muito grande, nem parecia um filhote. Ambos estavam bem confortáveis ali, parecia divertido. Eu observava tudo, a água clarinha me ajudava a enxerga-los. 

Acordei. 

Hoje, deitada com a cabeça no colo do papai, vimos um programa de vistas aéreas sobre cidades (sim, isso existe) na tv. Era o estado de Massachusetts. Das informações relevantes que agrupei nesta noite quente, foi que Jacqueline Kennedy segurou um pedaço do cérebro do seu marido no dia do assassinato (essa informação foi do meu interlocutor) um outro dado relevante, dessa vez do programa, foi que o Estado exportava óleo de baleia para o mundo inteiro. Era utilizado como combustível, até rolar um super incêndio na região. Parece que há uma igreja, mencionada inclusive por Herman Melville, que os pescadores rezavam antes de irem a caça. Era algo extremamente perigoso. 

Sem saber como acabar esse texto, digo fim. 



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