quinta-feira, 11 de setembro de 2014

notas sobre a arrogância e outras aventuras metereológicas

Diante de fenômenos meteorológicos, furacões, tornados, toró´s e ventanias capazes de levar embora sua casa, seu quarto, sua rua, suas árvores favoritas, amigos, professores, namorados, cadernos, roupas, anotações antigas, lembranças e por sorte, a sua memória, ocorrerá que muitos irão se surpreender com a sua nudez e crueza diante desta nova realidade.

Foto de Patrícia Bruniera

Ser cru, de acordo com uma tradicional classificação inventada agora, é deixar aflorar tudo que presta e não presta em você e acabar se indispondo com todas as pessoas que te conheciam (ou as que tiveram a infeliz ideia de cruzar seu caminho) até não sobrar mais ninguém pra você brigar, aí é que as coisas começam a melhorar pro seu lado, sobra você, finalmente, só você! 

Trace uma batalha épica e incansável com você mesma até não aguentar mais, não desista! cada palavra hostil de você à você, vale cada centavo daquela cadeira de psicólogo caro. 

Depois de nocautear você mesma e transformar sua alma e carne em pó, pegue um pedaço de papel e comece a rascunhar coisas, eu disse coisas! porque nada vai fazer muito sentido.

Se você pensou que iria juntar os móveis quebrados e as roupas rasgadas pelos ventos loucos mencionados acima, se enganou, abandone-os. Vá embora, sem roupa e nada na mala, aliás, sem mala.

Quando você começar a andar com as pernas que você desenhou e pintou com a ajuda dos poucos amados que ficaram e vir um filho da puta* te chamar de arrogante às suas costas, faça o seguinte:

1. Reflita se o filho de cão tem razão, você fez uma escolha: preferiu a raiva do que a pena;
2. Pergunte aos seus amigos mais próximos uma análise sincera do seu comportamento nesse um ano e meio;
3. Peça desculpas por algum comportamento rude, quem gosta minimamente de você, vai entender;
4. Se afaste de pessoas escrotas, não seja bobo, elas existem;
5. Queira bem quem te quer bem: você nunca será Mahatma Ghandi;
6. Faça sua parte e mande-o tomar no meio do cu*, simples como o azul claro do céu que resolveu abrir pra você :) 
7. Ninguém tem o direito de ser filho da puta;
8. Faça um esforço para não se tornar um (FDP) ao longo do tempo.


*puta: é uma classificação que não deveria ser utilizada como agressão verbal diante dos novos direitos, relações de trabalho e respeito a essa categoria de labor.
*cú: neste espaço, não pretendo deslegitimar quaisquer formas de prazer. 



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